Miguel Afa: Um céu para caber
A Gentil Carioca tem o prazer de apresentar Um céu para caber, primeira exposição individual de Miguel Afa em São Paulo. O texto que acompanha a mostra é assinado por Lorraine Mendes — crítica, curadora e pesquisadora que já acompanhou a trajetória do artista na exposição coletiva Dos Brasis (Sesc Belenzinho, 2024), marco de sua estreia na cidade. Nesta nova exposição, Afa exibe um conjunto inédito de pinturas que exploram os limites e as expansões do afeto como experiência estética e política. O céu, aqui, surge como metáfora de amplitude e possibilidade: lugar de acolhimento, respiro e entrega.
Miguel Afa (n. 1987, Rio de Janeiro, Brasil) iniciou sua trajetória artística em 2001, por meio do graffiti, nas ruas do Complexo do Alemão, onde nasceu e cresceu. Mais tarde, formou-se pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Sua obra propõe uma reconfiguração poética da imagem do corpo periférico, contrapondo os estigmas da marginalização com cenas que evocam afeto, cuidado e resistência. Através de uma paleta cromática enigmática — que não ameniza, mas adensa a narrativa — Afa constrói cenas que, ao mesmo tempo, revelam o visível e o invisibilizado. Em sua pintura, cor é discurso. Esmaecer não é apenas gesto técnico, mas ato de lembrança e posicionamento.
Com uma trajetória em ascensão, o artista realiza em 2025 a exposição individual O vento continua, todavia, no Paço Imperial (RJ), e já integrou mostras coletivas como Dos Brasis (Sesc Belenzinho/SP e Sesc Quitandinha/RJ), O que te faz olhar para o céu? (Centro Cultural Correios, RJ) e, em 2024, apresentou a individual ENTRA PRA DENTRO n’A Gentil Carioca (RJ). Suas obras integram importantes coleções, como a Jorge M. Pérez Collection.
Em Um céu para caber, cada pintura é entregue como quem oferece uma dedicatória — à pintura, à vida, e às histórias que nela fazem figura. “Miguel Afa nos apresenta um conjunto de obras que versam sobre os limites daquilo que podemos chamar de amor. Se todos e cada um temos direito ao afeto, ao contato e às nuances de sentimentos que desabrocham ao se relacionar, o céu representa algo infinito, ilimitado, fecundo de possibilidades”, explica Lorraine Mendes.
A exposição continua no andar superior da galeria com uma seleção de obras inéditas que abordam temas ligados à intimidade e ao erotismo a partir de uma perspectiva sensível e crítica. Em função do conteúdo, essa parte da mostra terá classificação indicativa de 18 anos,
respeitando as orientações para visitação de públicos diversos.