As obras da série “O Debate” são desenvolvidas na reflexão do artista sobre representações nas conjunturas sócio-política. Em seu texto, Jarbas cita que "A presença de forças na sociedade que insistem no retrocesso, promovendo incidências que dificultam e interrompem o desenvolvimento sócio-politico, se reflete no Brasil atual com a ascensão de um governo incapaz de propor outro sentido que não seja a deterioração da Republica Brasileira e o da destruição do bem público e natural do país”. Diante desta indagação, “O Debate” obra, encontra material e disposição para a produção das duas últimas obras da série, realizadas em 2019, encerrando com essas, um ciclo de continuidade de pensamentos e intenções de liberar bloqueios no imaginário do campo político, abrindo canais que ampliem visões de ética e estética. As construções de imagens para o campo central das discussões políticas, faz uso de baners em campanhas publicitárias eleitorais e cria com esse meio possibilidades de interagir visualmente com esse campo. É recolhendo nas ruas esses materiais/banners após as campanhas eleitorais, que Jarbas inicia, em 1998, a produção da série. O artista usa uma técnica simples de tecer que fundi na trama duas fotografias de políticos diferentes, que são escolhidas e associadas aleatoriamente, não importando à personificação dos candidatos e de partidos. No tecido dessa resposta poética uma energia pessoal se insere, trazendo ao resultado final das imagens transfiguradas, a expressão do estranho, do outro nas cores advindas de materiais sintético e tintas das máquinas que pintam retratos clássicos, dos simbolismos, que se abstraem entrelaçados na tela. O que surge, com a experiência da arte, evidencia a importância imediata que o exercício político tem, em revelar a responsabilidade política de cada indivíduo com o coletivo e para a comunidade.

The works in the series “O Debate” are developed in the artist's reflection on representations in socio-political conjunctures. In his text, Jarbas mentions that “the presence of forces in society that insist on retrogression, with incidents that hinder and interrupt socio-political development, is reflected in Brazil with the rise of a government, unable to propose any other meaning than the deterioration of the Brazilian Republic and that of the destruction of the country's public and natural good. Faced with this situation, the Series O Debate finds material and willingness for the last work of the series, which continues the thought of releasing blockades in the political field, and opening channels that expand visions of ethics and aesthetics. The image construction for the central field of the political discussions makes use of electoral campaign advertising banners, thereby creating possibilities for visually interacting with this universe. Collecting the material on the street after the electoral campaigns, Jarbas began, in 98, to create works from the O Debate series. He uses a simple weaving technique to merge, in the weave, two photographs of different politicians who are chosen and associated at random, regardless of the candidates’ and the parties’ personification. Interlacing this poetic response, a personal energy is inserted into the final result of the transfigured image, the expression of the stranger, the fortress of the mirror, the other, the colors derived from synthetic materials and paints from the machines that paint classical portraits, the symbolisms, are abstracted intertwined on the screen. What emerges, with the experience of art, reaffirms the immediate importance that political exercise has, to reveal each individual’s political responsibility toward the collective and for the community."