Em "Senti como se um grande grito infinito atravessasse a natureza (2022)", Marcela Cantuária evidencia a fantasia que se mescla com a história a partir de um apetite voraz de entendimento da cultura e da política, manipulando assim a estética como um talismã. Como uma sibila de nosso tempo, sua pintura abre frestas que direcionam a visão ao mundo incorpóreo. Em um momento em que o real não dá mais conta da potência criativa que emana dos sonhos e desejos coletivos sufocados, cada um dos elementos compositivos oferece uma possibilidade de reordenamento do presente.

In "I felt like a great infinite scream crossed nature (2022)", Marcela Cantuária highlights the fantasy that merges with history from a voracious appetite for understanding culture and politics, thus manipulating aesthetics as a talisman. Like a sibyl of our time, her painting opens gaps that direct the vision to the incorporeal world. At a time when the real is no longer able to handle the creative power that emanates from suffocated collective dreams and desires, each of the compositional elements offers a possibility of reordering the present.