"Ìkùn" é uma obra que elucida a importância do nosso processo digestivo, apresentando-o como um segundo "ori" (cabeça). Na pintura há uma figura com duas cabeças, na qual a segunda retrata o estômago - simbolizando a conexão vital entre o que consumimos e o funcionamento do nosso corpo. Em culturas afro e ameríndias, a alimentação é considerada sagrada, refletindo um impacto profundo: como alimentamos nosso "segundo ori" resulta em nosso desenvolvimento espiritual. A paisagem de fundo destaca uma plantação de taboa (Typha domingensis), uma planta fundamental para a restauração e preservação de ecossistemas aquáticos, despoluindo a água, proporcionando alimento e abrigo a uma variedade de seres vivos. Assim, a poética desta obra sugere que a alimentação não apenas nutre o corpo, mas também pode ser um caminho para a espiritualidade e a restauração do equilíbrio interno e ambiental.

[“Ìkùn” is a work that elucidates the importance of our digestive process, presenting it as a second ‘ori’ (head). In the painting there is a figure with two heads, the second of which depicts the stomach - symbolizing the vital connection between what we consume and the functioning of our body. In Afro and Amerindian cultures, food is considered sacred, reflecting a profound impact: how we feed our “second ori” results in our spiritual development. The background landscape highlights a plantation of cattail (Typha domingensis), a fundamental plant for the restoration and preservation of aquatic ecosystems, depolluting water, providing food and shelter for a variety of living beings. Thus, the poetics of this work suggest that food not only nourishes the body, but can also be a path to spirituality and the restoration of internal and environmental balance.]